////LOMADE Prosseguindo em te conhecer Senhor.: Ego ( ~ísmo / ~centrísmo) – A morte do Cristianismo.

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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ego ( ~ísmo / ~centrísmo) – A morte do Cristianismo.


Não existe nada no mundo que se compare ao culto ao Ego. Nada é tão “anti-cristão”. Me perdoem a minha veemência, mas esse assunto realmente é algo de suma importância, pois inclusive veremos adiante que todos os pecados tem fundamentação no Egocentrismo.
Vamos começar nosso estudo com as características científicas. O Ego é parte integrante do aparelho psíquico de cada ser humano, todas as pessoas já nascem com essa estrutura. A infância se caracteriza pela passagem de uma atitude naturalmente egocêntrica - em que a criança tem por referência seu organismo e suas necessidades - para uma atitude social e interativa. A definição científica para egoísmo é a recusa da pessoa em deixar essa fase infantil, uma luta por manter viva a fantasia do egocentrismo.
Passando para o espiritual quero afirmar que egoísmo é exatamente o oposto ao cristianismo. Pois a verdade absoluta do Egoísta é: Sou o centro de tudo, é necessário que minhas vontades sejam realizadas. Já o Cristianismo tem por absoluto que Cristo seja o centro de tudo, e que Sua vontade seja realizada independente do meu querer. Isso é evidenciado por Jesus quando ele admoestava o povo dizendo:

E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
Lucas 9:23

O chamado de Cristo para nós é que neguemos a nossa vontade a cada dia e o sigamos, e esse seguir não é também ir com Cristo para cruz e morrer com ele, deixar aos pés da cruz nossas vontades, e com Cristo renascer.
Eu afirmo que todos os pecados tem fundamento no egocentrismo partindo do princípio que pecado é um ato voluntário de rebelião contra a vontade de Deus, ou seja, é dar mais importância ao que o meu eu (ego) quer, do que o que Ele (Deus) quer pra mim, é o grito de independência da criatura perante seu Criador, é o expandir de si a tal ponto que nossa vontade se torna mais desejável do que qualquer coisa.
Justamente por outro lado o cristianismo prega o retraimento, o diminuir para que Cristo cresça. Acho interessante a visão que Simone Weil, uma das mais brilhantes mentes filosóficas que tenho conhecimento, tem a esse respeito. Ela declara:

A criação é da parte de Deus um ato não de expansão de si, mas de retraimento, de renúncia. Deus e todas as criaturas, isto é menos do que Deus apenas. Deus aceitou essa diminuição. Esvaziou-se desde então nesse ato da sua divindade; é por isso que S. João diz que o Cordeiro foi degolado desde a fundação do mundo. Deus permitiu que existissem outras coisas, coisas distintas dele e valendo infinitamente menos do que Ele. Pelo ato criador, Ele negou-se a si mesmo, tal como Cristo nos prescreveu que nos neguemos a nós mesmos. Deus negou-se em atenção para nos dar a possibilidade de nos negarmos por Ele. Esta resposta, este eco, cuja recusa depende de nós, é a única justificação possível para a loucura de amor criador do ato criador.

Que Deus nos guie em direção a Cruz, e que possamos enterrar nossa velha criatura e viver a totalidade de Cristo em nós.

~Soli Deo Glória~

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